A turma do politicamente correto não descansa mesmo.
As “campanhas de Facebook” são contagiosas: se espalham tão rápido
quanto uma epidemia de gripe e quando você vê a coisa tomou conta de quase
todos os perfis e todos estão correndo atrás de um sujeito estranho, com tochas
e garfos de feno nas mãos, gritando “Queimem o monstro! Queimem o monstro!”
Isso até surgir uma nova causa, na semana seguinte, onde as mesmas pessoas
abandonarão o entusiasmo em lutar pelo direito dos animais, ou para tentar impedir o Bolsonaro de falar, para seguir a boiada ideológica em outro rumo.
Bem, sem aprofundar muito o tema, quero apenas tecer alguns
comentários a respeito da "causa da semana", que tem inundado minha
timeline desde os últimos dias de 2011 até agora, onde os revolucionários ativistas facebookianos estão travando
uma cruzada épica, manifesta através de publicações compostas por montagens
fotográficas e frases de efeito que buscam "moralizar" as mulheres,
falando em "se dar ao respeito" e “se comportar como uma
princesa” coisa e tal, abertamente ofendendo as mulheres que não querem ser
“certinhas”.
Pois bem, como de costume, eu tenho algumas colocações a fazer
para contribuir com esse debate, e gostaria muito que vocês comentassem o que
acham do que vou dizer, seja nos comentários da postagem ou por email.
Vamos lá:
Em primeiro lugar gostaria de mais uma vez deixar bem claro que
acredito piamente que os gostos de cada um pelo que quer que seja não refletem
o caráter. Não é porque você gosta mais disso que daquilo, que você é uma
pessoa melhor do que seu amiguinho, que prefere aquilo do que isso. Na verdade,
pouco importa o que você gosta ou deixa de gostar. Isso só diz respeito a você.
E se você for uma pessoa de caráter, com um bom coração, você pode gostar do
que quiser que nada vai mudar o fato de que você é uma pessoa de valor. Nem a música
que você ouve, nem comida que prefere, nem literatura que le ou deixa de ler,
nem a maneira como você usa seu tempo livre, nada disso pode traduzir quem você
é, ou, que tipo de pessoa você é.
Em segundo lugar, eu acredito que a forma como cada um se diverte
e cuida da sua vida não diz respeito a terceiros. Se o que a pessoa faz não
prejudica seus semelhantes e não é ilegal, ninguém tem nada com isso. E juntamente
com a questão anterior, nesse caso, novamente a sua opinião sobre o que o outro
faz, não tem nenhum valor, já que o gosto do outro não serve para avaliar o
caráter dele, e, a forma como ele gosta de se divertir não é da sua conta. Até
porque, não existe um único ser humano na face da terra que seja portador da
verdade absoluta sobre qual o modo certo de viver ou do que todos deveriam
gostar.
A diferença entre as pessoas é o que há de mais fascinante no
nosso mundo, e saber encontrar a beleza disso faz você abrir os olhos para uma
outra realidade, rica em experiências magníficas, extremamente positivas. Onde
você pode inclusive encontrar em outras pessoas, defeitos e qualidades que
ajudem você a melhorar a si mesmo como pessoa.
E em terceiro e ultimo lugar, eu gostaria de dar um coice bem dado
também nos extremistinhas de final de semana, que chegam espumar de raiva
afirmando que “é machismo isso de transformar a mulher promiscua em vagabunda e
o homem promiscuo em garanhão”. Concordo, é machismo sim dizer esse tipo de
asneira sobre um comportamento tão doentio, mas a sugestão de solução defendida
pelos extremistas de que a mulher deveria ter o "direito" de poder
ser promiscua e ser chamada de "garanhona" é ridiculamente mais
machista do que as coisas já são!
Vocês querem o direito de serem tão estúpidas e imundas quanto os
homens, que coisificam e maltratam as mulheres, sem serem ofendidas? Se deram
conta de que a reivindicação que estão fazendo é essa?
Tem algo errado aqui, vocês não acham?
Por que valorizar tanto esse comportamento tão prejudicial a
todos? A promiscuidade e a vulgaridade não são adjetivos! Não são
qualidades! São defeitos! Patologias psicológicas de pessoas problemáticas,
que sofrem e se auto depreciam! Usam-se mutuamente como brinquedos sexuais,
onde descartam o lixo que precisam se livrar dentro do corpo umas das outras! É
isso que querem? Poder sentir publicamente orgulho de serem usadas como vasos
sanitários?
Vocês deviam lutar para demonizar homens cafagestes, promíscuos e
infiéis, isso sim! Transformar o “garanhão” em “vagabundo”! E não o contrário!
Deveriam exigir o direito, esse sim, de pode ter orgulho em ser
uma pessoa fiel, educada, respeitadora e sem vícios. E exigir que
para um homem possa merecer seu carinho e amor, que ele seja limpo, honesto,
fiel, gentil e educado.
Já vi muitas mulheres reclamando de que homens são todos iguais,
que não prestam e coisa e tal. Mas qual é o critério de vocês para escolherem
com quem vão se relacionar? Vocês tem um critério?
Há homens que são como vocês gostariam por aí aos montes, na mesma
proporção que há mulheres que são como muitos homens gostariam. O problema é
essa estúpida visão limitada das coisas, onde as pessoas só buscam saciar suas
necessidades fisiológicas umas nas outras, e muitas vezes magoam e deixam de
lado pessoas que poderiam tratá-las como gostariam.
As pessoas que agem pelo bem hoje em dia, que respeitam e tem
valores nobres, chegam a sentir vergonha se serem assim, muitas vezes fingindo
uma maldade que não tem, para não serem segregadas, isoladas e taxadas
pejorativamente de "certinhas".
Ser "certinho" é errado? É a ditadura dos
"erradinhos" então?
Vamos todos nos comportar como porcos no cio! Porque essa é a nova
ordem! “Comer, transar e defecar”, essa é a nova trindade a ser seguida?
Trindade essa que, aliás, de "nova" não tem nada. Porque
não tem nada de "moderno" em ser promíscuo e sem-vergonha. Isso
sempre existiu. É a forma mais primitiva de comportamento que se conhece. Não
tem nada de novo nisso não. É um comportamento retrógrado e reacionário que
atrasa a evolução das relações e afasta os praticantes da maturidade.
Porque homens que agem certo não são vistos como “os caras”?
Por que todos precisam bajular os vagabundos de plantão, ao ponto
de até as mulheres exigirem o direto de poderem ser iguais a eles sem sentirem
vergonha?
E nem vou falar nada sobre as meninas deixarem os caras legais na
fronteira da amizade e preferirem quase sempre se entregarem para ratos de
esgoto... isso seria uma outra discussão bem longa. Mas é uma realidade também.
Não, não. To fora dessa. E acredito que muita gente concorda
comigo.
Tem algo muito errado nesse debate. A começar pelas pessoas
querendo mandar uns no corpo dos outros. Se não é com você, não é da sua conta!
Vai cuidar da vida e para de andar por aí ofendendo gente que você nem sabe que
ta ofendendo. Você não vai salvar o mundo apontando o dedo na cara dos outros e
gritando “vagabunda”, “bicha”, “burro”, “pé rapado”... não vai. Não vai fazer
do mundo um lugar melhor sendo um completo imbecil.
Você só vai machucar pessoas. Nada vai mudar nelas nem em lugar
nenhum. Você só está prejudicando a si mesmo, vestindo uma carapaça de
preconceitos que só trarão antipatia pela sua pessoa, e, lhe privarão de
conhecer seres semelhantes a você, mas diferentes, que você poderia ajudar, ou,
que poderiam ajudar você em algum momento difícil. Está perdendo de conhecer
mais sobre o mundo e sobre si mesmo.
Não que devamos aceitar tudo, deixar cada um fazer o que quiser
sem nada dizer. Não é isso. Muitas vezes é necessário alertar as pessoas sobre
o que estão fazendo, principalmente quando sua saúde ou segurança está sendo
posta em risco, mas ter uma postura grosseira, ofensiva e debochada não vai
ajudar ninguém. E não vai tornar você um herói da moral dos bons costumes,
principalmente se fizer isso pela internet.
Seja você quem for, não tem o direito de julgar ninguém e nem de
maltratar e ofender quem quer que seja.
Para aquelas que são as vitimas mais atingidas dessas posturas, as
mulheres, se são oprimidas de ambos os lados, com homens tratando-as sem
respeito por generalizarem o comportamento de algumas meninas mal-criadas, e,
por sua própria categoria que diminui as mulheres que optam por não serem
vulgares, chamando-as de santinhas e coisas do gênero, somente posso lamentar.
Não só pela dificuldade que é ser uma mulher em tempos como os nossos, onde há
a ilusão de que são livres e respeitadas, mas lamento também profundamente por
aquelas que, ao invés de exigirem que os homens sejam mais dignos e
respeitáveis, que as valorizem como pessoas e se comportem de forma civilizada,
não o fazem, preferindo exigir para si o direito de agir como os piores dos
piores dos piores homens que existem... e acham que estão fazendo uma grande
coisa.
Se você quer transar como um animal no cio, se entorpecer de
álcool e cocaína sem valorizar ninguém, sem respeitar ninguém, mostrando o rabo
pra todo mundo ver... você até pode fazer. Há conseqüências para isso e todos
sabem. Mas não me venha exigir o “direito” de ser respeitado (a) por isso, seja
homem ou mulher. Ser assim não é algo que te faça melhor do que ninguém. São
seus gostos apenas, e GOSTOS NÃO DEFINEM CARÁTER! Ser certinho ou erradinho não
tem a menor importância se você chuta vira latas na rua, é grosseiro com o
garçom ou trai sua esposa. Essas atitudes que vão dizer quem você é, e não a
forma como você gosta de se divertir.
Agir de forma polida, ser fiel e digno merece respeito hoje em
dia, por serem qualidades raras. Mas também por ser agradável e por colaborar
para o bem comum. Mas o contrário não! Ser grosseiro, infiel ou safado
prejudica muita gente, e atenta contra o bem estar de outras pessoas e isso não
é algo que deva ser respeitado.
Que isso minha gente? Querer ser podre, e não apenas isso, querer
ser podre e ainda sentir orgulho disso? Convenhamos né?
Já existem por aí muitas mulheres que agem como homens podres e
vice-versa, que ficam dando risada desse tipo de papo. E pra essas pobres
criaturas a nossa opinião sobre esse debate não significa nada, já que para
eles, sendo homem ou mulher, o importante é o prazer individual. Não precisam
que ninguém lute pelos “direitos” deles. Já concederam a si mesmos todos os
direitos que precisam, e não há necessidade de ativistas para sua causa. Até
porque essa “causa” é tão individualista que não se pode lutar conjuntamente
por ela. Cada um só quer saber do seu, e só faz barulho na internet pra
defender os seus interesses pessoais. Para tentar garantir que não vai ficar
sem
Não há nada de “bem comum” em se defender o direito de se orgulhar
das misérias humanas. E nem se divertir às custas da degradação dos seu
semelhante.
Como não há nada de proveitoso e nem de nobre em ofender pessoas
que ajam diferentemente de você a respeito disso ou daquilo.
Somos como somos, todos podem mudar, uns pra pior e outros pra
melhor. Mas independentemente do que escolhemos fazer, todos merecem respeito.